sábado, 23 de junho de 2012
TEARS FOR FEARS
A princípio uma dupla de rock britânica. Mas na verdade, o Tears For Fears foi e é muito mais que isto. Formada por Roland Orzabal (voz e guitarra) e Curt Smith (voz e baixo), foi montada no início dos anos 80. As músicas da dupla foram principalmente criadas por Orzabal, que no início se baseava na teoria do Grito Primal, do psicanalista Arthur Janov, que deu origem ao nome do grupo. O próprio nome é tirado da filosofia da obra, trocar medos por lágrimas. Oriundos da cidade de Bath, no interior da Inglaterra, antes de formar a dupla mais famosa da década de 80, Roland
Orzabal fazia parte do Graduate, que misturava rock com vários elementos, isso ainda na década de 70. Desmanchada a banda, Orzabal se junta a Curth Smith e em 1981, conheceram o baterista Manny Elias e o tecladista Ian Stanley, nascendo assim, o Tears For Fears. Após alguns shows e demos, conseguem um contrato com a Mercury e em 82, lançam um disco com as letras assinadas somente por Orzabal, The Hurting.
O disco já trazia elementos da influência de Janov, especialmente na canção "Idea As Opiates". Para a capa do disco escolheram um pequeno garoto de Bath, conhecido como Gebby.
Roland lembra que a gravação do disco foi extremamente tensa para os integrantes: "nós o gravamos basicamente nos estúdios Abbey Road e trabalhávamos sete dias por semana até duas ou três da manhã. Foi um disco difícil e que gerou muita tensão. Tivemos sorte que o primeiro single, 'Mad World' vendeu bem e isso ajudou muito. Ele foi muito inspirado em Arthur Janov e na sua terapia do Grito Primal. De fato, 'Ideas As Opiates' e 'The Prisoner', foram roubados de alguns capítulos do seu livro." O disco já trazia elementos da influência de Janov, especialmente na canção "Idea As Opiates". Para a capa do disco escolheram um pequeno garoto de Bath, conhecido como Gebby.
Roland lembra que a gravação do disco foi extremamente tensa para os integrantes: "nós o gravamos basicamente nos estúdios Abbey Road e trabalhávamos sete dias por semana até duas ou três da manhã. Foi um disco difícil e que gerou muita tensão. Tivemos sorte que o primeiro single, 'Mad World' vendeu bem e isso ajudou muito. Ele foi muito inspirado em Arthur Janov e na sua terapia do Grito Primal. De fato, 'Ideas As Opiates' e 'The Prisoner', foram roubados de alguns capítulos do seu livro." The Hurting colocou o Tears no meio de um mundo de bandas new wave, que faziam um uso imenso de sintetizadores, baterias eletrônicas. Logo, a banda começou a fazer show seguidos pelo país.
No final de 1983, a banda lançou um single, " The Way You Are ", denominado como um "paliativo" enquanto trabalhava no seu segundo álbum. O single foi um hit Top 30 no Reino Unido, mas não chegou perto de combinar o sucesso dos hits do primeiro álbum, e só entraria no sétimo álbum (uma coletânea de lado B) que veremos mais a frente. Contudo, o álbum de maior sucesso e considerado a obra máxima do grupo é Songs From The Big Chair (1985). O disco viria a vender mais de 10 milhões de cópias, e sucessos como "Everybody Wants to Rule The World" e "Shout"
Ao mesmo tempo que fizeram um disco mais simples, fizeram também um trabalho que conquistou os dois cantos do Atlântico. Songs from the Big Chair, lançado em 1985, foi um clássico dos anos 80 e rendeu inúmeros sucessos, como "Shout", "Head Over Heels", "Mother's Talk" e "Everybody Wants to Rule the World", a primeira canção do grupo a ser número um na Europa e nos Estados Unidos.
O título do disco foi tirado do livro Sybil, que depois rendeu um filme televiso estrelando Sally Field, como uma mulher que tem personalidade múltipla e só se sente à vontade na cadeira de seu analista, que ela chama de big chair. O grupo lançou uma canção no lado B do single de "Shout", chamada "Big Chair", onde fazem música para trechos do filme, contendo a voz da atriz.
A década de 80 foi pródiga em ter várias duplas - Soft Cell e Eurythmics talvez duas das mais relevantes. Mas Roland e Curt ficavam furiosos quando comparavam o sucesso de sua banda com o de outra dupla inglesa - o Wham!, estrelado por George Michael.
"É um absurdo sermos catalogados igual ao Wham! Eles fazem música descartável, horrenda, para as adolescentes ficarem berrando. Eles representam o lixo. Nosso trabalho é sério, nossas letras falam de neuroses, de problemas. Eles são muito mais bonitos e ganham mais dinheiro do que nós, mas não me importo com isso. Eu quero que minha música deixe uma mensagem aos fãs", berrava Roland Orzabal.
Foi entre 1985 e 1986 que Janov chegou até a procurar a dupla para agradecer o reforço orçamentário. Janov que já havia inspirado a John Lennon - a canção "Mother" é fortemente influenciada pelo trabalho do psiquiatra - disse que ficou surpreso com tamanho dinheiro. Em Songs from the Big Chair, a canção mais ligada a Janov é o sucesso "Shout", com a frase "Grite/Grite/Ponha tudo para fora/Vamos lá/Estou falando com você...".
E entre 1985 a 1988 a banda não fez outra coisa do que excursionar e ganharem milhões de prêmios de fãs. Roland conta que foi muito difícil lidar com a pressão nesse período.
Nós não estávamos preparados para tamanho sucesso e para a histeria que aconteceu. Eram pessoas nos seguindo, centenas, milhares de entrevistas com as mesmas perguntas. Tocar todas aquelas canções durante aquele período foi quase uma tortura. Eu e Curt precisávamos de um tempo para que pudéssemos reavaliar nossa vida e nossa carreira."
E durante três anos, Roland fez psicoterapia, explorando seu passado e escrevendo canções totalmente diferentes dos dois discos anteriores. "Eu não queria mais soar como uma banda que utilizava a eletrônica, eu queria romper com tudo isso, romper com o próprio culto sobre nós. Resolvi resgatar antigos discos dos Beatles, Steely Dan, Pink Floyd e tentei fazer algo bem ambicioso, grandioso."
Além das duas canções acima citadas, rendeu um outro sucesso com "Advice For The Young At Heart". Mas a pressão foi tão grande que acabou resultando na saída de Curt Smith da banda, em 1990.
Curt não aguentava mais os problemas decorrentes do sucesso e resolveu mudar para Nova York por um tempo.
"Tudo se tornou um enorme sucesso e a pressão sobre nós era desumana. Eu estava infeliz e saí por pura infelicidade. Meu casamento estava acabando e queria fugir da Inglaterra e escolhi morar em Nova York, um ótimo lugar porque ninguém esta aí para ninguém e você pode viver uma vida anônima. Foi lá que tinha conhecido uma nova mulher, tinha me apaixonado e por isso quis me mudar. Basicamente, eu queria ter uma outra vida. E, dessa maneira, o Tears for Fears não poderia continuar.
Uma curiosidade: no meio de "Sowing the Seeds of Love", o grupo berra "Kick out the Style! Bring back the Jam!". A referência se faz a Paul Weller. Weller era o líder do The Jam, um grupo nascido na safra punk e que se notabilizou pelo cunho político. Em 1982, após lançarem o disco The Gift, Weller dissolveu o trio e formou, com o desconhecido tecladista, uma dupla (vejam só...) chamada The Style Council, que falava das mesmas coisas, mas ao som de jazz, soul e até bossa nova. Muitos fãs jamais perdoaram Weller por matar o Jam e criar o Style. E, ao que parece, Curt e Roland faziam parte dessa legião.
A última apresentação dos dois juntos foi em 1990, no Kneboworth, em 30 de junho de 1990, um show para arrecadar fundos.
Assim, os dois se separam, mas Roland conseguiu manter o nome em seu poder.
Em 1992 a gravadora resolveu lançar uma coletânea chamada Tears Roll Down: Greatest Hits 1982-1992 e no ano seguinte Roland se junta a Alan Griffiths e lança Elemental, quarto disco do Tears for Fears. Roland tentou evitar de qualquer maneira a superprodução do disco anterior e conseguiu ir bem nas paradas com "Break It Down Again".
Em 1995, Roland lança o disco Raoul And The Kings of Spain, segundo ele mesmo afirma, seu disco favorito. Ele confessa que esse seria o título do disco Seeds Of Love, o que só não aconteceu por causa do single "Sowing the Seeds of Love". Raoul é nome de um de seus filhos e a canção já era tocada dentro de "Sowing..." em shows.
Em 1996 é a vez de Saturnine Martial & Lunatic, que não fez sucesso algum. E foi por causa desse disco que Roland resolveu acabar com o Tears, após um show na Colômbia. Estávamos excursionando e não fazíamos sucesso no país desde 1983 e por isso fui obrigado a cantar músicas do primeiro de The Hurting. Fiquei tão humilhado que após a turnê pela América do Sul, resolvei encerrar o grupo.
Nesse mesmo ano, Curt casa pela segunda vez e monta um novo grupo, Mayfield, que lança um disco com o mesmo nome, em 1997, pelo selo Zerodisc.
Em 2000, os dois voltam a se encontrar e anunciam que pensam em voltar ao Tears for Fears. Enquanto isso não acontece, Roland lança um disco solo chamado Tomcats Screaming Outside.
E, em 2004, os dois anunciam o retorno com um novo disco, Everybody Loves a Happy Ending, que segundo eles, seria a continuação de The Seeds of Love.
Curt conta que a volta foi lenta, mas era inevitável: "eu não estava feliz com minha vida profissional. Tinha feito um disco sozinho, que eu odeio, e quando reencontrei Roland, começamos a conversar. Quando saí da banda foi mais por uma atitude de mostrar que eu podia viver sem ele do que outra coisa, afinal estávamos juntos há mais de 15 anos. Como sempre tivemos negócios ligado à banda, ainda nos víamos, até que resolvemos conversar e ver o que poderia acontecer.
A banda segue firme e tocando por aí. Agora é esperar e torcer (outra vez...) para que eles venham por aqui. E caso eles apareçam nada de perguntar pela tia deles, certo?
Fique com o canal de buscas sobre a banda no youtube:
http://www.youtube.com/artist/Tears_for_Fears?feature=watch_video_title
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